O que é?
A bichectomia – procedimento de remoção da bola de Bichat ou corpo adiposo da bochecha – tem ganhado cada vez mais adeptos e despertado a curiosidade do público. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em 2014, foram realizadas cerca de dez bichectomias por mês. No ano seguinte, esse número triplicou e, neste ano, já são realizadas mensalmente mais de 40 cirurgias do tipo pelo país.
A bola de Bichat ou “Buccalfatpad” ganhou este nome devido ao anatomista francês Marie François Xavier Bichat (1771-1802), que descobriu que a estrutura é um tecido gorduroso localizado na região das bochechas na frente do músculo masseter e superficial ao músculo bucinador. Sua função é pouco conhecida e acredita-se que, mesmo sendo um tecido gorduroso, seu volume pouco varia com a oscilação de peso, por isso mesmo se tiver o peso ideal, o indivíduo pode ter o rosto arredondado. Devido a sua localização, a bola de Bichat apresenta íntima relação com elementos muito importantes da face como: ramos terminais do nervo facial, ducto parotídeo e vasos sanguíneos.
De acordo com o Cirurgião Plástico e membro titular da SBCP, Eduardo Kanashiro, “a bichectomia é uma cirurgia usualmente estética com o objetivo de melhorar o formato facial através da diminuição da projeção das bochechas. É realizada por meio de uma incisão intraoral de 1 a 2cm, ao nível do segundo molar superior, sob anestesia local, com ou sem sedação”.
O mestre e especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF), Fabio Sevilha, que é membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial (CBCTBMF) e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Toxina Botulínica e Implantes Faciais na Odontologia (SBTI) e também ministra cursos de credenciamento em bichectomia, detalha tratar-se de um procedimento estético/funcional que visa à redução do volume das bochechas aumentando a evidência da proeminência zigomática e o contorno da mandíbula tornando a face mais harmônica e também propõe aumentar o corredor bucal diminuindo trauma em pacientes que costumam ‘morder’ a mucosa jugal.
O corpo adiposo bucal apresenta atividade fisiológica, sendo um coxim mecânico entre os músculos faciais “que pode ainda auxiliar no fechamento de fístulas ou comunicações bucosinusais, ou ainda no recobrimento de enxertos ósseos no aumento da crista óssea alveolar, em casos de implantes”, ensina o periodontista, implantodontista e mestre em Ciências Odontológicas – área de concentração em Clínica Integrada – pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (Fousp), Irineu Gregnanin Pedron.
Mestre em Prótese Dentária, especialista em Cirurgia e Estética e ministrador de cursos de bichectomia, Alexandre Morita Cutolo, explica que “a remoção cirúrgica é relativamente simples. O procedimento é feito com anestesia local e o pós-operatório é bem parecido com a extração do terceiro molar. Os resultados começam a aparecer aproximadamente em 15 a 20 dias e a sua remodelação total em 90 dias”.
Fonte: APCD